segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Evangelho do Dia 16/02/2009

Evangelho
S. Marcos 8,11-13.

Apareceram os fariseus e começaram a discutir com Ele, pedindo-lhe um sinal do céu para o pôr à prova. Jesus, suspirando profundamente, disse: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: sinal algum será concedido a esta geração.» E, deixando-os, embarcou de novo e foi para a outra margem.

Comentário ao Evangelho do Dia feito por :

Santo Hilário (v. 315-367), Bispo de Poitiers e Doutor da Igreja
A Santíssima Trindade, livro 12, 52-53 (trad. Sr Isabelle de la Source, Lire la Bible, Mediaspaul 1988, t. 1, p. 19)

«Por que pede esta geração um sinal?»

Pai Santo, Deus Todo Poderoso [...], quando levanto para o Teu céu a fraca luz dos meus olhos, posso duvidar de que é o Teu céu? Quando contemplo o caminho das estrelas, o seu regresso no ciclo anual, quando vejo as Plêiades, a Ursa Menor e a Estrela da Manhã e considero como cada uma brilha no lugar que lhe foi assinalado, compreendo, ó Deus, que Tu estás aí, nesses astros que eu não compreendo. Quando vejo «as belas ondas do mar» (Sl 92,4), não compreendo a origem dessas águas, não compreendo sequer o que põe em movimento os seus fluxos e refluxos regulares, e no entanto, creio que existe uma causa – certamente impenetrável para mim – para estas realidades que ignoro, e também aí eu pressinto a Tua presença.

Se volto o meu espírito para a terra, que, pelo dinamismo das forças escondidas, decompõe todas as sementes que acolheu no seu seio, as faz germinar lentamente e as multiplica, e depois lhes permite crescerem, não encontro nada que possa compreender com a minha inteligência; mas esta ignorância ajuda-me a discernir-Te a Ti, porque, se não conheço a natureza posta ao meu serviço, reencontro-Te, no entanto, pelo fato de ela estar lá para minha utilização.

Se me volto para mim, a experiência diz-me que não me conheço a mim próprio e admiro-Te tanto mais quanto sou para mim um desconhecido. De fato, mesmo que não os possa compreender, tenho a experiência dos movimentos do meu espírito que julga, destas operações, da sua vida, e esta experiência a Ti a devo, a Ti que me deste a partilhar esta natureza sensível que faz a minha felicidade, mesmo que a sua origem esteja para além da minha inteligência. Eu não me conheço a mim próprio, mas dentro de mim encontro-Te e, ao encontrar-Te, adoro-Te.
 

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